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Desde a crise migratória Merkel não era tão popular

9 de junho de 2017

Em pesquisa de opinião, partido da chanceler federal alemã fica 14 pontos à frente da segunda principal legenda do país. Quase dois terços se dizem satisfeitos com o desempenho da chefe de governo.

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Premiê alemã posa com jovens do G20
Premiê alemã posa com jovens de países do G20Foto: picture-alliance/dpa/R. Hirschberger

Para onde quer que se olhe, o mundo está em crise: Oriente Médio em conflito crescente; Turquia de Erdogan a caminho de virar uma autocracia; nos Estados Unidos, Donald Trump coloca diariamente em xeque os valores ocidentais.

Enquanto isso os alemães parecem estar felizes por ter Angela Merkel como chefe de governo: na mais recente ARD-Deutschlandtrend, pesquisa de opinião representativa realizada pelo instituto Infratest-Dimap, divulgada nesta sexta-feira (09/06) a política democrata-cristã alcança seus maiores índices de aceitação desde o início da crise dos refugiados, em 2015.

Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017

Depois que, no terceiro trimestre daquele ano, quase 900 mil refugiados – grande parte da Síria e do Afeganistão – entraram na Alemanha com o aval de Merkel, a popularidade da chanceler federal sofreu sensivelmente. Mas agora 64% dos 1.500 cidadãos consultados se dizem novamente satisfeitos com o desempenho daquela que, no momento, desponta como política mais querida do país.

Dianteira grande para conservadores

Assim, quando se pergunta em quem os alemães votariam, se o pleito legislativo fosse no próximo domingo, e não só em setembro, a chanceler federal em pessoa é o principal motivo para a dianteira cada vez mais definida da conservadora União Democrata Cristã (CDU), da qual ela é também a presidente.

Dos entrevistados na ARD-Deutschlandtrend, 38% votariam na CDU ou em seu partido-irmão da Baviera, a União Social Cristã (CSU); contra apenas 24% para a segunda principal legenda do país, o Partido Social-Democrata (SPD), liderado por Martin Schulz.

O Partido Liberal Democrático (FDP) volta a ganhar força: depois de ter que abandonar o Parlamento, três anos e meio atrás, por não alcançar o mínimo de 5% dos votos, ele circula agora em torno de 10%.

Os dois atuais grupos de oposição, A Esquerda e Partido Verde, apresentam 8% e 7%, respectivamente. E precisarão lutar cada vez mais duro pela preferência do eleitorado, já que em tempos de grande insegurança internacional, é comum os cidadãos preferirem continuar apostando no governo eleito.

A populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que defende uma guinada radical na política de imigração, aparece na sondagem com 9%. Desse modo, teria assegurado o ingresso no Parlamento, mas seus valores estão longe dos de outros partidos de extrema direita europeus, como a Frente Nacional na França.

Pesquisa revelou preferências para eleições legislativas de setembro
Pesquisa revelou preferências para eleições legislativas de setembro

Montanha-russa social-democrata

O resultado do levantamento é especialmente dramático para o SPD e Martin Schulz. Em janeiro, o ex-presidente do Parlamento Europeu foi inesperadamente indicado candidato social-democrata à Chancelaria Federal alemã. Dois meses mais tarde, era eleito chefe de partido, com legendários 100% dos votos.

Nos quadros social-democratas, Schulz aparecia como personagem nova e promissora, o que levou mais de 10 mil cidadãos a se filiarem ao SPD. Nessas semanas o partido chegou a superar a CDU de Merkel nas pesquisas de opinião. Mas aí Schulz surpreendeu a todos, se retirando dos holofotes da atenção pública e ficando quase ausente da televisão.

Enquanto isso, Merkel estava de volta ao foco da política mundial, por exemplo no encontro com Trump em Washington ou na cúpula do G7 na Itália. Agora, 14 pontos percentuais separam social-democratas e democrata-cristãos, e apenas 36% dos alemães manifestam satisfação com Martin Schulz.

Confiança minguante nos EUA

Catastrófica é a atual imagem dos Estados Unidos entre os eleitores alemães: apenas 5% confiam em Trump, e 21% consideram o país digno de confiança. Isso significa que, no momento, o crédito entre a população do mais importante aliado da Alemanha é comparável ao da Rússia.

Em contrapartida, 94% confiam na França, sobretudo depois da eleição de Emmanuel Macron como presidente.

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