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MigraçãoAlemanha

Número de refugiados na Alemanha cai pela 1° vez em 9 anos

Leah Carter
5 de outubro de 2020

Total de pessoas que buscam proteção ou que já receberam status de refugiado no país europeu diminuiu em mais de 60 mil no primeiro semestre de 2020.

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Migrantes fazem fila para entrar em novo campo de refugiados na Grécia após incêndio em Moria
Migrantes fazem fila para entrar em novo campo de refugiados na Grécia após incêndio em MoriaFoto: Eurokinissi/Zuma/picture alliance

O número de refugiados que vivem na Alemanha caiu pela primeira vez em nove anos, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Interior do país nesta segunda-feira (05/10). No primeiro semestre de 2020, o número total de refugiados diminuiu de cerca de 1,83 milhão no final de 2019 para cerca de 1,77 milhão  – uma queda de cerca de 62.000 migrantes.

Os números foram divulgados após um questionamento apresentado pela bancada de deputados do partido A Esquerda (Die Linke) sobre o número de migrantes com moradia e status de proteção.

De acordo com os números, há atualmente cerca de 1,31 milhão de refugiado na Alemanha – cerca de 50.000 a menos do que nos seis meses anteriores.

Paralelamente, cerca de 450.000 pessoas que vivem no país estão na condição de requerentes de asilo (que aguardam a análise do pedido) ou como "tolerados" (que tiveram o pedido recusado, mas ainda não foram deportados por motivos variados). São 15.000 a menos do que no ano anterior.

De acordo com o Ministério do Interior, a queda ocorreu principalmente porque vários tiveram seu status de proteção revogado, retirado ou expirado. Restrições de viagens implementadas em resposta à pandemia do coronavírus também impediram que vários requerentes de asilo chegassem à Alemanha.

Ulla Jelpke, porta-voz de assuntos domésticos do partido A Esquerda, criticou duramente os números e o impacto de tais medidas. "As restrições de viagens como resultado da pandemia garantem que apenas algumas pessoas em busca de proteção cheguem à Alemanha. O resultado é que menos – e não mais – refugiados vivem na Alemanha", disse.

A porta-voz também pediu às autoridades alemãs que facilitassem a entrada de um maior número de migrantes que estão em países europeus que possuem as fronteiras externas do bloco. "Temos espaço, os números mostram isso. Ao mesmo tempo, dezenas de milhares de pessoas em busca de proteção seguem presas em países europeus de chegada em condições indignas".

A lei alemã prevê diferentes categorias de proteção para refugiados. A mais comum envolve pedidos no âmbito da Convenção de Genebra para Refugiados. Esse status é concedido àqueles que possam demonstrar que sofreram perseguição por causa de sua raça, religião, nacionalidade, convicção política ou afiliação a um determinado grupo social.

Se o requerente de asilo não puder provar algum desses pontos, o asilo ainda pode ser concedido no âmbito da proteção subsidiária, concedida a indivíduos que enfrentam perigo iminente ou grave ameaça se regressarem ao seu país de origem.

Em setembro, a política europeia para refugiados e migração voltou aos holofotes após um grande incêndio no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos. O incêndio no acampamento superlotado – que originalmente deveria abrigar menos de 3.000 pessoas – deixou quase 13.000 pessoas desabrigadas,

Após o incêndio, a Alemanha anunciou que deseja receber 1.553 requerentes de asilo das ilhas gregas, bem como 150 menores desacompanhados. No entanto, críticos afirmam que as autoridades de Berlim deveriam acolher mais pessoas. "A Alemanha pode e deve usar sua capacidade de recepção humanitária para socorrer países como a Grécia ou a Itália", disse Jelpke. "As decisões de admissão extremamente tacanhas dos últimos tempos não fazem justiça a isso de forma alguma."