1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Conselho de Segurança

25 de setembro de 2009

Resolução do Conselho de Segurança prevê que se reduza o número de países com armas nucleares, que terroristas não se apoderem de armas atômicas e que arsenais nucleares sejam destruídos. Christina Bergmann opina.

https://p.dw.com/p/JpGO

Um mundo sem armas nucleares. Esta é, no momento – e disso não há dúvidas – uma visão que parece inatingível. Na realidade, a Coreia do Norte e também o Irã ambicionam tais armas, e os Estados Unidos e a Rússia dispõem de arsenais que poderiam destruir a vida no planeta. Mas, para mudar isso, uma grande visão é indispensável. Barack Obama é corajoso o suficiente para dar voz a essa visão.

Não é a primeira vez que um presidente norte-americano apresenta à opinião pública uma exigência que provoca reações de ceticismo. Em 1987, Ronald Reagan apelou ao então secretário-geral soviético Mikhail Gorbachov para que derrubasse o muro que dividia a Alemanha. Pouco mais de dois anos depois, a Alemanha estaria reunificada.

Certamente não será possível, em tão pouco tempo, destruir os arsenais de armas nucleares. Mesmo assim, este já é um começo. É importante que a resolução não se limite ao desmantelamento das armas nucleares já existentes. Além disso, mais uma vez se confirma que nenhum outro país pode tomar posse de tais armas devastadoras. E impera o consenso de que se deve de todas as formas evitar que terroristas tomem posse de tais armas ou partes delas.

Se pode ser alcançado o objetivo de tornar seguro dentro de quatro anos todo o material em questão, isso já é outro assunto. Uma conferência nos Estados Unidos em abril do próximo ano vai se ocupar dos detalhes. Mas também aqui pode-se dizer: isso já foi um bom começo.

Só que apenas resoluções e declarações de intenção não bastam. É encorajador o fato de os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos terem anunciado que pretendem renovar seu acordo bilateral sobre a eliminação de armas nucleares.

Até o momento, no entanto, nenhum dos dois países está disposto a desistir completamente da maior arma militar que existe. E Barack Obama tem que estar consciente de que lhe falta o mandato político para assinar, por exemplo, o acordo sobre o fim dos testes com armas nucleares.

Isto cabe ao Congresso, como, por exemplo, também a reforma do sistema de saúde e a lei de proteção ambiental. Grande parte da opinião pública norte-americana e de seus representantes ainda não está disposta a seguir a marcha iniciada pelo presidente. Por isso, as palavras de Obama no cenário internacional têm de ser postas em prática dentro do país.

No entanto, a resolução agora aprovada mostra que cada vez mais nações estão dispostas a percorrer o caminho do desarmamento. Essa unidade é mérito de Obama e também se evidencia na disputa nuclear com o Irã, em que as cinco potências e a Alemanha participarão de negociações com muito mais unidade do que ainda parecia possível há pouco tempo.

Ainda assim, o êxito não está garantido e uma reviravolta é possível. Mas ninguém pode esperar seriamente que um conflito de anos com um regime ditatorial seja resolvido em uma semana. Mesmo a queda do Muro na Alemanha precisou de dois anos.

Autor: Christina Bergmann

Revisão: Simone Lopes